Em depoimento realizado em Brasília, na tarde desta terça-feira (5), na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil, a conselheira tutelar do município de Altamira, Lucenilda Lima, denunciou o aumento do número de casos de exploração sexual na região após o início das obras de construção da usina de Belo Monte. De acordo com a conselheira, atualmente estão sendo feitos uma média de 40 atendimentos diários no Conselho, contra, no máximo, 15, que ocorriam antes da construção.
Lucenilda acusou também a Polícia de agir com "passividade" com relação às casas de exploração sexual abertas na cidade de Altamira. "A polícia sabia do funcionamento da boate e não tomou nenhuma providência".
A reunião da CPI da Câmara dos Deputados foi convocada, à princípio, para ouvir a mãe da adolescente vítima de exploração sexual na boate que foi fechada em Altamira. Mas, segundo a relatora da CPI, deputada Liliam Sá (PSD-RJ), Maribel Correa não foi a Brasília por medo de sofrer retaliações por parte das outras pessoas da quadrilha que ainda não foram presas.
A conselheira tutelar disse ainda que o município de Altamira encontra-se em situação "caótica". "A infraestrutura no município está precária, não há escolas ou hospitais capazes de atender a demanda da população atual, que é o dobro do que era há alguns anos. A violência no trânsito lota os hospitais, e o conselho tutelar agora trabalha sob a proteção da guarda municipal", lamentou.
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