Cerca de 35 mil alunos vinculados ao Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) poderão ficar sem aula a partir de 2017. O motivo é a intenção do Governo de Simão Jatene em acabar gradativamente com o programa a partir do próximo ano. A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp).
Segundo a entidade, as especulações sobre as mudanças no Some foram confirmadas no último dia 3, durante audiência pública do Sintepp com coordenadores de unidades regionais de ensino e representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). “A Seduc confirmou que a prioridade é não matricular, a partir de janeiro de 2017, alunos do 1º ano do Some”, diz a coordenadora do Some/Sintepp, Arléia Geórgia. Já as turmas do 2º e 3º anos seriam concluídas até 2018, quando o programa seria extinto.
Criado há 36 anos no Pará, o Some é a modalidade de ensino médio voltada para alunos de zonas rurais do Estado. Os professores das áreas urbanas se deslocam para o interior, em geral, localidades de difícil acesso, para dar aulas.
Na opinião de integrantes do Sintepp, o Estado não quer mais pagar a gratificação de deslocamento dos professores. A questão é que não há profissionais suficientes para manter a regularidade das aulas.
Em nota, a Seduc confirmou que vem desenvolvendo estudos de expansão do ensino médio regular, de forma a ser a oferta prioritária no interior do Estado. A Secretaria disse, ainda, que o Some só deve ser implementado em situações em que não seja possível a oferta regular.
Para os educadores, porém, não é possível substituir o ensino modular pelo regular de uma hora para outra, já que não há estrutura de ensino em vários locais do interior.
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