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17 de fevereiro de 2013

Por que o conceito de sustentabilidade não funciona nas áreas florestais?


 
Fora da reserva de Mamirauá, AM, as técnicas de pesca do pirarucu ainda são predatórias
Um relatório do Banco Mundial concluiu que os 2,6 bilhões de dólares gastos em projetos extrativistas em áreas de floresta não ajudaram as populações locais a sair da pobreza. Pagar para não desmatar dá melhores resultados.O tiro de escopeta que cravou 42 grãos de chumbo no peito do sindicalista Chico Mendes poucos dias antes do Natal de 1988 tirou-lhe a vida e fez surgir dois mitos. O primeiro conferiu ao seringueiro uma aura heroica, de mártir das matas de Xapuri, no Acre. O segundo se refere à nova ideologia que se propagou a partir das causas defendidas por Chico Mendes.
Para Mendes, o modo de vida extrativista seria capaz de proporcionar um sustento digno aos povos da floresta sem prejuízo ambiental, desde que amparado pelo governo. Ou seja, em vez de derrubar a mata para dar lugar à agropecuária, a população local poderia viver da coleta de seivas e frutos e da venda da madeira de árvores mais velhas.
No jargão científico, esse modelo é chamado de desenvolvimento sustentável e, para se tornar realidade, precisa alcançar três objetivos: ser economicamente viável, preservar o ecossistema e reduzir a pobreza das pessoas que vivem no entorno. Essa agenda orientou inúmeros projetos de ONGs e governos, além de pautar encontros internacionais como a Eco 92 e a Rio+20, no Rio de Janeiro.
Agora, um dos maiores patrocinadores desses projetos, o Banco Mundial, concluiu que a tentativa de aplicar o conceito da sustentabilidade a áreas florestais quase nunca dá certo. O surpreendente mea-culpa está em um relatório feito para uso interno da instituição, e que foi discutido em uma reunião fechada na sede do banco em Washington, há duas semanas. È preciso repensar. (Da redação - SBC Brasil - Filial: Gurupá-PA)

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