Segundo a entidade, houve mais de 100 casos de utilização ilegal das marcas das Copas das Confederações e do Mundo no Brasil.
Número de ocorrências supera o da África do Sul.
Nos últimos seis meses, a Fifa identificou mais de 100 casos de utilização ilegal das marcas - o chamado "marketing de emboscada" - das Copas das Confederações e do Mundo no Brasil. O número de ocorrências supera o da África do Sul, que sediou as duas competições em 2009 e 2010. A maioria dos casos, segundo a Fifa, envolveu pequenas empresas e não houve necessidade de acionar a Justiça em nenhum deles.
A Fifa detém exclusividade do uso comercial de termos como "Mundial 2014", "Copa do Mundo", "Copa 2014" ou "São Paulo 2014", por exemplo, no caso da capital paulista, que vai sediar a abertura do Mundial em 2014 (e o mesmo vale para as outras sedes). O governo federal, entretanto, possui uma "licença exclusiva" para usar os termos. "Precisamos proteger os direitos dos nossos parceiros comerciais. Sem o dinheiro deles, não seria possível organizar eventos como esses", disse nesta segunda-feira no Rio o diretor de Marketing da Fifa, Thierry Weil. "Mas não estamos dizendo que só os nossos parceiros podem lucrar com a Copa. Já foi comprovado, na Alemanha (2006) e na África do Sul (2010), que lojistas locais ganharam muito dinheiro."
O responsável pelo programa de proteção às marcas da Fifa, Auke-Jan Bossenbroek, não soube dizer quantos casos foram identificados na África do Sul, mas assegurou que o número de agora - "mais de 100" - é maior. "Conseguimos resolver a maioria entrando em contato e dizendo que poderiam ter problemas", disse Bossenbroek. "O que nos irrita, são as grandes companhias, que sabem estar fazendo algo de errado".
Em 2010, na África, a Fifa expulsou 36 torcedoras da Holanda durante jogo contra a Dinamarca, em Johannesburgo. Todas usavam a mesma roupa na cor laranja, cedida por uma cervejaria holandesa. "Se não fizermos nada, onde vai parar?". Para as Copas das Confederações e do Mundo, a Fifa já fechou o pacote de parceiros comerciais: são 20, ao todo - sete em nível 1, oito em nível 2 e cinco locais, do Brasil. "Fechamos há duas semanas e alcançamos o valor de US$ 1,4 bilhão (R$ 3,012 bilhões), que inclui produtos em permuta, como os 5 milhões de refrigerantes para a Copa do Mundo, ou os 1.500 carros que vão transportar autoridades e delegações", disse Weil.
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