PPS e PSDB querem apuração de afirmações feitas pelo publicitário Marcos Valério; segundo o publicitário, Lula era chefe do mensalão.
A oposição entregou à Procuradoria-Geral da República um
pedido de investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
representação é baseada em duas reportagens da revista veja, mostrando como Marcos Valério,
operador financeiro do mensalão, atribuiu a Lula um papel de comando no
esquema.
O presidente do PPS, Roberto Freire, e os líderes PSDB no Congresso alegam
no documento que os novos indícios contra Lula devem ser apurados: "As
acusações são gravíssimas e precisam ser investigadas a fundo", diz a
representação.
Valério atribui a Lula o papel de chefe do mensalão. O publicitário afirma
ainda que o esquema julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) era apenas uma
parte da engenharia de movimentação ilícita de recursos montada pelo PT. Uma
reportagem de uma evista de circulação nacional, mostrou ainda que o publicitário
procurou o Ministério Público Federal para contar o que sabe - inclusive sobre
a morte de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André.
O texto de cinco páginas elaborado pela oposição afirma ainda que a chamada
teoria do domínio do fato, aplicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como um
elemento condenatório do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, também vale
para Lula.
Cobrança - "É público e notório que, à época dos
fatos, existia uma íntima ligação entre o representado (Lula) e o ex-ministro
da Casa Civil (...). Nesta perspectiva, indaga-se: a teoria do domínio do fato
não poderia ser aplicada - e com muito mais razão - ao chefe do próprio José
Dirceu?", perguntam os oposicionistas no documento.
O deputado federal Roberto Freire (SP) diz que a oposição precisava cumprir
o seu dever de cobrar. "Estamos pedindo que se esclareça, porque a
denúncia é muito grave e quem a fez foi condenado por ser o principal operador
do mensalão", diz ele. Freire também ironiza o silêncio de Lula sobre as afirmações
de Valério: "Quem devia estar pedindo investigação era Lula, e não
nós".
Depois de anunciar que assinaria a representação com PPS e PSDB, o DEM
recuou: o presidente do partido, o senador José Agripino Maia (RN), acredita
ser necessário aguardar as investigações preliminares da PGR sobre as
afirmações de Valério.
No PSDB, as orientações sobre o assunto foram desencontradas. No fim, o
partido foi representado por suas lideranças no Congresso. Líder do PSDB no
Senado, Alvaro Dias (PR) diz que sempre esteve decidido a assinar o pedido de
investigação: "A nós, o presidente Sérgio Guerra não fez nenhuma
solicitação. É dever da oposição agir dessa forma", disse ele.
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