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3 de dezembro de 2013

Portel quer R$ 4 bi por impactos de Belo Monte


O município de Portel, no arquipélago do Marajó, norte do Pará, ajuizou ação civil pública por danos sociais e ambientais, no valor de R$ 4 bilhões, contra o governo federal, a Norte Energia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o banco Pactual e todas as empresas privadas sócias da Norte Energia, para que as comunidades que habitam o seu território sejam atendidas e protegidas pelos efeitos socioambientais da construção da hidrelétrica de Belo Monte. Além de Portel, outro município do Marajó que reivindica a inclusão é Gurupá. 
Alega a prefeitura, com base em três trabalhos científicos, que já existe pressão humana causando conflitos socais e desmatamento. Um dos estudos, elaborado pelo Imazon, aponta que Portel sofrerá mais desmatamentos que qualquer outro atingido pelo impacto da hidrelétrica, à exceção de Altamira, principal sede das obras. Entre os pedidos de liminar pretende-se que a Justiça Federal aplique multas ao Ibama e à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) em caso de renovação das licenças da obra.
Deixado de fora 
Por meio do decreto presidencial 7340/2010, apenas os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu ficaram contemplados com políticas públicas em razão dos efeitos da construção da usina. Recentemente, também foi incluído o município de São Félix do Xingu.
 O prefeito de Portel, Paulo Ferreira de Oliveira, o Paulo do Posto, disse ao Estado que apesar de ter tratado do assunto com vários parlamentares federais e ministros, até hoje inexiste qualquer atitude efetiva para reconhecer o estado de coisas. Para ele, o município foi totalmente excluído das “políticas públicas mínimas” para remediar os impactos da hidrelétrica. Segundo o advogado da prefeitura, Ismael Moraes, “o poder econômico e políticos dos réus é uma grande dificuldade a ser enfrentada, mas a existência dessa demanda causa enorme desconforto na imagem das empresas e é um pêndulo arriscado na sua contabilidade, pois um dia poderá ser proferida uma sentença condenatória, até porque o tempo só vai comprovar os prejuízos sociais”. Ele explicou que o BNDES e o banco Pactual são os grandes financiadores da obra e devem assumir os riscos de suas participações no empreendimento. 
Sem respostas 
Os três réus citados na ação, procurados pelo Estado, informaram que não iriam se manifestar. A Norte Energia e o BNDES alegaram que ainda não foram citados pela Justiça Federal do Pará. O banco Pactual argumentou que não iria falar, porque o processo tramitaria em segredo de justiça. Informado de que o processo é aberto, justificou que ainda assim optava por nada declarar. 
(Da redação)

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